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Do “surubão de Teresópolis” à mamadeira de piroca: por que o Brasil ama uma fake news apocalíptica?

Do "surubão de Teresópolis" à mamadeira de piroca: por que o Brasil ama uma fake news apocalíptica?
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O Brasil está sempre pronto pra uma fake news caótica

Se tem uma coisa que viraliza rápido no Brasil é escândalo com gosto de conspiração. O caso do “surubão de Teresópolis” foi só mais um na longa lista de fake news que misturam moralismo, caos e muito clickbait. E olha, não foi o primeiro e nem vai ser o último.

Se liga nesse top de fake news que bombaram por aqui nos últimos anos e que, pasme, têm muito em comum com o surubão hospitalar:

1 – O famigerado “Kit Gay” (governo Lula)

Antes da mamadeira, já rolava esse boato bombástico: que o governo Lula, via MEC, distribuía um tal “Kit Gay” nas escolas. O que de fato existia era um material educativo voltado para combate à homofobia nas salas de aula, chamado “Escola sem Homofobia”, apoiado inclusive por entidades sérias.

Mas a fake news deturpou tudo, transformando o material em uma suposta cartilha que “incentivava o homossexualismo” (palavra errada e ultrapassada, aliás). O pânico moral pegou fogo, e o termo “Kit Gay” virou arma política. Resultado? O projeto foi engavetado antes mesmo de ser distribuído.

via GIPHY

2 – A era da “mamadeira de piroca” (2018)

Imagina só: em pleno período eleitoral, começa a circular a história de que o PT estava entregando mamadeiras com bico em formato fálico pra crianças de creche. Parece piada, mas o delírio da mamadeira indecente, teve muita gente levando a sério. O vídeo com essa aberração visual bombou em grupos de zap e, em dois dias, já tinha viralizado forte. A Justiça Eleitoral teve que intervir, o conteúdo foi tirado do ar e o caso virou pauta da CPMI das Fake News. Foi o tipo de boato que mexe com os nervos, mistura sexualidade e infância ou seja, o gatilho perfeito pra desinformação viral.

3 – Ratanabá: o sci-fi brasileiro das redes (2022)

Agora segura essa: surgem vídeos e posts falando de uma suposta metrópole ancestral escondida na floresta amazônica, supostamente construída por… alienígenas! O nome da cidade? Ratanabá. O enredo parecia tirado de um episódio de Ancient Aliens, mas não: foi tratado com seriedade por páginas conspiratórias e até por autoridades ligadas à cultura. A teoria virou um fenômeno no TikTok e no YouTube, com mapas, diagramas e “provas” que mais pareciam roteiro de ficção científica. Spoiler: não tinha nada de real nisso.

4 – Camisa da Seleção proibida na eleição? Só que não.

Em 2022, circularam mensagens de que o TSE ia proibir o uso da camisa do Brasil no dia da votação. Tudo falso, mas a fake ganhou força nas redes e até o então presidente entrou na onda.

Mais uma vez: fake news + eleição = engajamento certo.

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5 – O satanista pró-Lula (mas que era anti-Lula)

Um vídeo mostrou um homem se dizendo satanista e declarando apoio a Lula. Pronto, a bomba tava armada. Só que… o próprio cara era antipetista. Mas quem se importa com os fatos quando a manchete rende curtidas?

Fake news internacionais que fizeram sucesso por aqui

O Brasil não vive só de fake news caseiras. Teve também:

  • Radiografia com barata viva no Quênia
  • Joe Biden usando fralda (spoiler: era montagem)
  • Torneio de sexo na Suécia (por favor, né?)
  • Chocolate feito com grilos (essa até tem base, mas foi distorcida)

Fake news nas enchentes do RS (2024): desinformação em meio ao caos

Durante as tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, surgiram boatos como:

  • Falta total de comida, água, luz
  • Ambulâncias multando voluntários
  • Que o governo tinha bancado show da Madonna em vez de ajudar o estado

Essas fake news atrapalharam o socorro real e deixaram tudo mais confuso ainda.

O que o “surubão de Teresópolis” tem a ver com tudo isso?

O surubão virou meme, virou polêmica e virou confusão. Mas o mais interessante é o padrão. Olha só:

ElementoPresente no SurubãoTambém em outras fake news
Escândalo moral bizarríssimoKit Gay, Mamadeira, golden shower, satanista
Viralização de tirar o fôlegoTodas
Autoridades tendo que intervirTSE, checadores, mídia
Dificuldade em separar o que é realEspecialmente em eleições e tragédias

No fim, tudo segue a mesma receita: um babado absurdo, compartilhamentos alucinados e muita confusão até a verdade aparecer (quando aparece). Por que a gente cai nessas?

Porque o Brasil ama um drama, uma treta e uma teoria da conspiração com cheiro de novela. E quando junta sexo, política e crise, o viral vem fácil. Mas o prejuízo? Esse é real oficial.

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Paulo Henrique da Silva

Escrito por Paulo Henrique da Silva

Editor de Entretenimento e Head de Social Media. Correspondente no Paraná

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