Todo primeiro dia de aula com uma turma nova, eu tenho o mesmo frio na barriga que senti há 12 anos atrás quando pisei pela primeira vez em uma sala de aula como professora.
Olhares curiosos se cruzam por todos os lados, me miram atentos e eu retribuo. Eu entendo como é estar sentado desse lado da sala. Aos poucos, esses mesmos olhares vão se tornando mais familiares. É uma questão de tempo, mas nossos caminhos estão cruzados.
Muito se fala do que a educação é capaz de transformar no mundo desse aluno.
Mas pouco se fala, do que a educação faz com o mundo do Professor. E não digo somente de paramentos escolares e acadêmicos.
Estou em formação eterna, pois meus alunos me dão lições diárias sobre empatia, como lidar com outras realidades, ter mais paciência e a ser menos julgadora. Definitivamente, eu mais aprendo do que ensino.
Os alunos não sabem, mas por diversas vezes eles salvam meu dia.
Incontáveis vezes nesses anos, entrei em sala muito triste, muito cansada, muito desanimada ou muito cheia de problemas da vida. Tudo muito ruim até aquele momento.
Eles não fazem ideia de quantas vezes eu estava em frangalhos e ao vê-los arrancaram um sorriso meu, que até então, eu não tinha dado.
Conseguem com que eu refaça todas as minhas energias pra estar em aula as 21h, mesmo tendo começado as 7h da manhã.
Por mais que depois eu acabe exausta, eles tiveram o melhor de mim, e eu sigo em paz com a entrega feita.
Em sala, eu resgato o melhor de mim e relembro uma parte que sou, mesmo quando já me esqueci.
A educação salva o mundo. Especialmente, o do professor.
Não existe o mundo de Débora, sem meus alunos.
E eu sou grata a cada um deles. Os inúmeros que já foram e os que ainda virão.
Sem vocês, teria uma parte de mim faltante.
Obrigada por me completarem e me ajudarem a viver do que eu amo. Por acreditarem que posso contribuir na vida de vocês, sem saberem o quanto vocês acrescentam na minha.
Por isso a coluna de hoje é para vocês!
Obrigada!
Com amor, Professora Débora Reale.
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