Outro dia era exatamente 09h42 da manhã.
Já estava em cima da hora pra um compromisso.
Já tinha acordado às 6h, passeado com o cachorro, dado duas aulas de inglês e as 10h entraria em reunião. Não tinha nem tomado café da manhã.
Me peguei pensando, que mundo é esse que as 10h da manhã você já está cansada, correndo e em cima da hora para as tribulações do dia.
Essa semana pensei muito em uma amiga que tem um bebê e que precisava mandar uma mensagem para saber como eles estavam.
Com isso, me lembrei de uma outra amiga com a filhinha doente, que eu também queria dar uma atenção.
Tem uma outra amiga que não falo a tempos, e precisava dar um alô.
Acabei não mandando mensagem para ninguém.
Não por mal, mas toda vez que sobrou uma brecha, peguei no celular, houve outras demandas na frente.
Sempre tem uma mensagem de aluno pra responder, do chefe, um email urgente…
Tenho várias ideias de colunas e textos pra escrever, nos intervalos vem alguns temas, desabafos e quero escrever sobre e adivinha? Não rola. Abro o bloco de notas, escrevo a frase pra deixar guardado e deixo pra depois.
Toda hora me chegam notas mentais das aulas que preciso montar, tarefas dos meus cursos pra fazer, gravar podcast, marcar veterinário do meu cachorro, preciso ir no supermercado, projeto social para tocar, mandar um recado pra alguém, fora os b.os da vida que não convém dizer aqui…assim a lista segue infinita.
Isso tudo e ainda não sou mãe. Socorro, como elas conseguem?
No fim do ano passado, lembro da exaustão que me encontrava, tudo isso acumulado com natal+ano novo e tudo que eu queria era descansar e não socializar nada com ninguém, mas quem consegue? ( Alô, mandem o nome desse herói!) Ainda em novembro, o mundo surta e começa o corre para fazer um ano todo valer a pena, nos dois meses finais. E nós surfamos uma onda que não escolhemos.
Virei o ano na promessa de que, esse ano seria diferente:
Eu não ia mais viver essa correria.
Eu vou dar mais atenção as minhas pessoas.
Não vou trabalhar aos finais de semana.
Não vou querer fazer 293 cursos.
Vou voltar a malhar.
Vou começar a dieta.
Segue a lista…
Bom, adivinha a única que cumpri?
Sorte que, amo salada!
De resto, sem sucesso. Parece até que piorou.
As demandas de 2022 estão insanas.
O que por um lado é Graças a Deus, por outro é Deus me ajude!
Claro que temos muito que agradecer por essas fases da vida que são produtivas e de plantio, e essa crônica de forma alguma é uma reclamação, mas um misto de desabafo com constatação.
Mas afinal, quem não vive essa correria desenfreada nos dias de hoje?
Gostaria de poder fazer as coisas mais intuitivamente.
Não ter mais que colocar alarme de hora em hora pros compromissos, pra não ter risco de atraso.
Almoçar e poder sentar um pouco no sofá e não sair correndo já dando oportunidade pra má digestão.
Quero tomar mais banhos a luz de velas e não no intervalo de 20 minutos entre uma aula e outra.
Quero espaço na agenda para a espontaneidade.
Quero marcar compromissos sem hora de chegada e sem hora pra acabar.
Ser um pouco mais dona do meu tempo.
Me deixa demorar, por favor.
Com amor, corrida mas com amor, Débora.
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