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Falta de infraestrutura para fontes renováveis é entrave para transição energética no Brasil, diz secretário do Ministério de Minas e Energia

Gentil Nogueira de Sá Júnior, que lidera a área de Energia Elétrica, mencionou os leilões de transmissão de mais de R$ 60 bilhões desde 2023 como fundamentais para fortalecer a rede; evento foi realizado nesta terça (8) em Brasília

O CNN Talks é a plataforma de eventos da CNN Brasil, em que nomes relevantes do setor público, do empresariado e do mercado discutem temas caros ao desenvolvimento do país (foto: Agência Atacama/CNN Brasil)

Um dos principais entraves para a expansão das fontes renováveis em meio à transição energética é a infraestrutura insuficiente para levar a matéria-prima das regiões produtoras para as consumidoras, afirmou nesta terça (8) o secretário de Energia Elétrica do MME (Ministério de Minas e Energia), Gentil Nogueira de Sá Júnior, no CNN Talks – COP30: Resiliência Climática, Regulação e Financiamento, promovido pela CNN Brasil em parceria com a Agência iNFRA.

“Temos restrições em relação à oferta de energia elétrica. Uma, mais conjuntural, é ligada à falta de infraestrutura para levar a energia renovável do Nordeste para o Sudeste e do Norte para o Sul”, afirmou o secretário. Sá Júnior citou os leilões de transmissão, que movimentaram mais de R$ 60 bilhões desde 2023, como essenciais para ampliar a rede.

Antonio Scala, presidente da Enel Brasil, defendeu planos estruturais de longo prazo. “Uma solução passa por planos de investimentos que vão mudar a resiliência das infraestruturas.” Já a diretora da Aneel, Agnes da Costa, alertou para o impacto dos cortes orçamentários. “Nosso valor para despesas discricionárias está no mesmo nível de 2016. Tivemos que desativar até o atendimento da ouvidoria ao consumidor.”

Integração dos setores público e privado

A necessidade de articulação entre entes públicos e privados para responder aos desafios trazidos pelos eventos extremos e pela mudança climática também foi destaque. Aloisio Melo, secretário nacional de Mudança do Clima do MMA (Ministério do Meio Ambiente), reforçou a importância do setor privado. “As empresas têm capacidade de mobilizar recursos próprios, mas também deve haver financiamento por meio de bancos multilaterais e entre países”, pontuou.

Guilherme Sampaio, diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), defendeu que o reforço da infraestrutura como uma prioridade já atrasada. “É urgente discutir esse tema não como algo do futuro, mas do passado”.

O CEO da Motiva, Miguel Setas, propôs uma abordagem antecipatória. “Temos que trabalhar na agenda de adaptação. A sociedade civil precisa adotar uma postura preventiva e investir antes que os eventos climáticos extremos ocorram”, explicou.

Agenda verde

Representando o setor de mineração, o CEO da Norsk Hydro Brasil, Anderson Baranov, afirmou que adotar uma cadeia mais limpa será uma “competitividade necessária” para viabilizar a transição energética. A diretora da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Flávia Takafashi, também defendeu a criação de incentivos regulatórios para estimular infraestrutura verde.

Já o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), citou avanços na pecuária do estado como exemplo de sustentabilidade. “A pecuária sul-mato-grossense nos últimos 20 anos diminuiu o seu rebanho, diminuiu a sua área, e manteve a sua produção. Aumentou e muito a sua produtividade”, explicou,

O mercado global de crédito de carbono também demanda avanços, afirmou o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP). “Que saia da COP30 uma normatização. Não adiantará nada nós termos isso resolvido internamente, se isso não puder ser um instrumento reconhecido em transações internacionais como uma forma de monetizar o que está acontecendo”, disse.

Silvana Rosa Machado, diretora-executiva de Sustentabilidade do Bradesco, avaliou que a cúpula global do clima, que será sediada neste ano no Brasil, deve ser uma virada prática na agenda climática. “Tem que ser um ano em que a gente vai juntar ambição com execução. Não é só falar sobre essa agenda [de sustentabilidade], é uma ideia que todos têm que abraçar. […] Temos que discutir como migrar da ambição para implementação”, observou.
 

CNN Brasil na COP30

A COP30 será realizada em novembro, em Belém (PA). Sob liderança da diplomacia brasileira, o encontro deve impulsionar negociações sobre financiamento climático, preservação da Amazônia, transição energética e metas do Acordo de Paris.

A CNN Brasil terá cobertura especial com âncoras, analistas e repórteres em campo. Um QG exclusivo da emissora será instalado na Casa COP30, casarão localizado em área nobre da capital paraense. O espaço vai reunir produção de conteúdo, entrevistas, experiências e hospitalidade para convidados em eventos como brunches, jantares e happy hours.
 

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Escrito por Gabriel Nascimento

Jornalista, editor-chefe do Nation POP, empreendedor, especialista em Marketing, Registro de Marcas & Creator Economy.

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