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Festival do Japão apresenta “Nada Sou”, interpretação bilíngue de Chitãozinho & Xororó e da banda japonesa BEGIN, para celebrar os 130 anos do Tratado de Amizade Japão-Brasil

Canção será apresentada ao público durante a Cerimônia de Abertura, reforçando o tema “Ano do Intercâmbio da Amizade Japão-Brasil

O ano de 2025 marca o 130º aniversário da assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação (1895), documento que inaugurou as relações diplomáticas entre Japão e Brasil e pavimentou o caminho para a construção da maior comunidade japonesa fora do arquipélago. Para homenagear esse marco histórico, o Festival do Japão 2025 apresentará, durante sua Cerimônia de Abertura, a estreia da música comemorativa “Nada Sou”, interpretada por Chitãozinho & Xororó em parceria com a banda japonesa BEGIN.

A canção é uma versão bilíngue de Nada Sousou, clássico originário de Okinawa que fala de saudade e reencontro, agora reimaginado com elementos da música sertaneja brasileira, e o principal encontro da cultura nipo-brasileira — dedicará o encerramento de sua Cerimônia de Abertura, no sábado, 12 de julho, ao lançamento oficial da “Música Comemorativa do Ano do Intercâmbio da Amizade Japão-Brasil”.

A proposta de reunir os artistas nasceu do músico Hidenori Sakao, radicado no Brasil, que enxergou na fusão de estilos uma maneira sensível de traduzir o sentimento de pertencimento vivido por imigrantes e descendentes.

Para tornar a estreia ainda mais significativa, a execução contará com coreografia inspirada no Ryukyu Buyō — dança tradicional de Okinawa —, adaptada para incluir gestos em LIBRAS e acompanhamento dos tambores do grupo Yuriki no Kizuna Eisá Daiko. A participação de representantes da Província de Okinawa homenageia o fato de que, dos 781 imigrantes que chegaram ao Brasil a bordo do Kasato Maru em 1908, 42 % eram okinawanos, marco decisivo na formação da comunidade nipo-brasileira.

Com essa iniciativa, o Consulado Geral do Japão em São Paulo e o Festival do Japão reafirmam seu compromisso de valorizar a memória histórica, fomentar o intercâmbio cultural e projetar novos capítulos dessa parceria que se renova a cada geração.

Cerimônia de Abertura do Festival do Japão

Data: sábado, 12 de julho de 2025
Horário: às 11h00
Local: São Paulo Expo

Programação do Lançamento:

– Breve explicação dos 130 Anos de Relações Diplomáticas entre o Japão em o Brasil 

– Vídeo-mensagem da Banda BEGIN

– Vídeo-mensagem da dupla Chitãozinho & Xororó

– Vídeo-clipe do fonograma “Nada Sou” 

“NADA SOU”

A “Música Comemorativa do Ano do Intercâmbio da Amizade Japão-Brasil” escolhida para esse momento especial é o “Nada Sou” interpretada pela dupla Chitãozinho e Xororó juntamente com a banda japonesa BEGIN . Esta versão bilíngue foi gravada em 2016, lançada oficialmente pela dupla Chitãozinho e Xororó em outubro de 2024.

Assim que os músicos foram apresentados, criou-se uma sintonia imediata entre todos os membros, que proporcionou a criação dessa versão harmônica dessa famosa música japonesa de origem okinawana para a transposição para a sertaneja em vozes tão conhecidas pelos brasileiros.

A junção de artistas muito conhecidos ultrapassa o significado de uma colaboração entre grupos musicais de dois países, e reflete de forma muito ampla a conexão e a amizade que unem o Japão e o Brasil. A música original “Nada Sousou” da banda BEGIN, famoso grupo japonês originário da Província de Okinawa – Japão, é amplamente conhecida nacionalmente e muito apreciada pela comunidade nipo-brasileira e frequentemente cantada em karaokês e tocada em eventos e festivais da comunidade.

“Nada Sousou” em dialeto okinawano significa “As lágrimas rolam” e traz a mensagem de saudade de nostalgia de forma profunda, mas serena. Com esta versão em português que demonstra o paralelo entre a chuvas e as lágrimas, traz sensibilidade à tona. Desta forma, a música se encaixa perfeitamente aos sentimentos guardados nos corações dos imigrantes japoneses que deixaram o Japão, mas que festejam a vida em terras brasileiras de forma doce, sentimentos que descendentes nipo-brasileiros também guardam no peito.

Este fonograma escolhido como “Música Comemorativa dos 130 Anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão” nasceu de uma ideia de um músico japonês visionário radicado no Brasil, Senhor Hidenori Sakao , que considerou perfeita a junção da famosa música “Nada Sousou” com a dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, cuja música “Evidências” é a mais cantada em karaokês de todo o Brasil. 

“Nada Sou” (letra e tradução livre)

(Parte inicial em japonês)

古いアルバムめくり

Folheei álbuns de fotos antigas

ありがとうってつぶやいた

E murmurei “Obrigado”

いつもいつも胸の中

Sempre, sempre dentro do meu peito

励ましてくれる人よ

A pessoa que me encoraja

晴れ渡る日も 雨の日も

Em dias ensolarados e chuvosos

浮かぶあの笑顔

Aquele sorriso que surge

想い出遠くあせても

Mesmo que as memórias se tornem longínquas

おもかげ探して

Procurando os resquícios

よみがえる日は 涙そうそう
Dos dias que eu me lembro, as lágrimas rolam

…………………………………………….

(Parte em português)

Ainda está aqui dentro de mim

O seu olhar desde quando te perdi

No pensamento uma voz diz que sim

E vou te encontrar e na dor pôr um fim

Se toda chuva que o céu faz chover, faz cair

O sol faz secar e florir

Do meu olhar cada lágrima que derramou

Eu sei vai secar e vai sempre estar

No meu coração que é só seu meu amor

…………………

(Parte inicial em japonês)

晴れ渡る日も 雨の日も

Em dias ensolarados e chuvosos

浮かぶあの笑顔

Aquele sorriso que surge

…………………..

(Parte em português)

Do meu olhar cada lágrima que derramou

Eu sei vai secar

e vai sempre estar

no meu coração

Que é só seu meu amor

…………

(Parte inicial em japonês)

会いたくて

Quero me encontrar

……….

(Parte em português)

No melhor lugar

……….

(Parte inicial em japonês)

君への

Em você

想い 涙そうそう

O pensamento, as lágrimas rolam

Coreografia “Nada Sou” 130 Anos

A dança tradicional da Província de Okinawa – Japão, conhecida como Ryukyu Buyo, nasceu no antigo Reino de Ryukyu, que foi um reino independente até 1879. Suas danças surgiram para homenagear os reis e para receber e entreter os diplomatas que visitavam a corte, expressando através de gestos e movimentos uma rica linguagem espiritual e artística.

Originalmente associada a rituais conduzidos por sacerdotisas, o Ryukyu Buyo preserva uma gestualidade única — com destaque para movimentos como o koneritê (movimento de amassar com as mãos), o ogamite (movimento de colocar as mãos em prece) e o kamite (movimentode colocar as mãos para cima e segurar algo), assim como o trabalho marcado do quadril e dos pés. Essas características tornam a dança uma manifestação viva da história e da espiritualidade de Okinawa.

O coreógrafo Satoru Saito preparou especialmente para a apresentação uma coreografia com movimentos clássicos da dança de Okinawa adaptados e simplificados de modo que possa ser executada de maneira acessível, mesmo por quem nunca teve contato com a dança tradicional.

 Sob orientação da Professora Doutora Sylvia Lia Neves, foi incorporada tradução para as LIBRAS em partes da coreografia, integrando gestos para representar palavras e conceitos das línguas de sinais, na intenção de ampliar o alcance e fortalecer a mensagem de inclusão e conexão para com todos nesse momento comemorativo.

Partes onde há a presença das LIBRAS:

(22”) 古いアルバムめくり

Folheei álbuns de fotos antigas

ありがとうってつぶやいた
E murmurei “Obrigado”

……………………………………….

(1’11”) おもかげ探して

Procurando os resquícios

よみがえる日は 涙そうそう
Dos dias que eu me lembro, as lágrimas rolam

……………………………………….

(2’22”) e vai sempre estar

no meu coração

Que é só seu meu amor

O figurino escolhido é o kimono Bingata, tecido típico de Okinawa conhecido por suas estampas coloridas e vibrantes, complementado pelo acessório tradicional Hanagasa — chapéu em formato de flor.

O Hanagasa simboliza o florescimento e a prosperidade, uma imagem que remete diretamente à celebração dos 130 anos do Tratado de Amizade entre o Japão e o Brasil, evocando uma conexão viva entre passado e presente.

Participação especial do Sousaku Eisá Daiko

A apresentação será acompanhada pelo Sousaku Eisá Daiko, a dança contemporânea dos tambores de Okinawa, que será realizada pelo grupo Yuriki no Kizuna Eisá Daiko . O Eisá, com suas batidas marcantes e coreografia vibrante, é uma expressão popular do espírito okinawano, trazendo ainda mais energia e emoção para a apresentação.

A Província de Okinawa e o Brasil

            A Província de Okinawa é formada por 169 ilhas ao sul do Japão, portadora de uma rica cultura milenar e única. O primeiro navio Kasato Maru que aportou no porto de Santos em 18 de junho de 1908, trouxe 781 passageiros japoneses a bordo, dentre os quais 325 imigrantes provenientes da Província de Okinawa, equivalente a 42% do total de passageiros.

            A Associação Okinawa Kenjin do Brasil, que reúne japoneses e descendentes oriundos dessa província, completará 100 anos de fundação em 2026. Dentre as Associações de Províncias Japonesas no Brasil, a Associação Okinawa Kenjin é a que tem o maior número de subsedes por todo o Brasil. No último censo realizado em 2008, foram computadas 45 subsedes. Após a pandemia, houve junções de algumas associações, no entanto, continua sendo a Associação de Província que mais subsedes possui em todo o território brasileiro.

Adendo:

Este tema traz também uma mensagem de paz e de amor neste ano em são celebrados os 80 anos do término da Segunda Guerra Mundial.

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Escrito por Gabriel Nascimento

Jornalista, editor-chefe do Nation POP, empreendedor, especialista em Marketing, Registro de Marcas & Creator Economy.

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