Revelação da cena drag nacional e fenômeno das redes sociais, Gabryell Urlan falou com exclusividade ao Nation POP sobre sua trajetória artística, suas inspirações e os bastidores da festa Terra do Nunca, que marcou seu aguardado retorno como produtor de eventos em São Paulo. O evento, que já aconteceu no último dia 14 de junho, no Hotel Prince Tower, foi um dos destaques do mês do Orgulho LGBTQIAPN+ e reuniu DJs e performances de diversas partes do Brasil e do exterior.
Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, Gabryell é conhecido por sua criatividade explosiva, pelas dublagens virais e pela presença marcante nas pistas. No entanto, seu impacto vai além dos vídeos: ele também é DJ, produtor, performer e fundador da Terra do Nunca, que teve sua última edição antes da pandemia.
“A ansiedade estava mil. Já comecei meu mês Pride maravilhosamente bem em Manaus, fui muito bem recebido, e a segunda data foi justamente a volta da minha festa, depois de um ano e meio de pausa”, compartilhou o artista.
A arte da dublagem como forma de expressão
Durante a entrevista, Gabryell falou sobre o processo por trás das dublagens que conquistaram a internet. Para ele, a chave está na prática, no improviso e na dedicação:
“Hoje já peguei a manha. O mais difícil é decorar as falas, mas o tempo da dublagem já é natural para mim.”
Essa entrega artística se reflete também em sua persona drag, que se revela por completo apenas em momentos específicos:
“Tem dias que só me sinto drag quando coloco a lente. Em outros, é quando estou com a maquiagem pronta. É como se fosse uma entidade que se manifesta.”
Terra do Nunca: conceito, música e pertencimento
A Terra do Nunca não é apenas uma festa, mas um universo criado por Gabryell com conceito visual, storytelling e ativações sensoriais.
“Desde a primeira edição, eu penso em cada detalhe. Desde as artes até a performance no palco, tudo tem uma história. E essa última edição foi especial, por ser no mês do orgulho e por marcar meu retorno como produtor”, disse.
Entre as atrações, estiveram DJs brasileiros e internacionais, além de performances inéditas com balé e efeitos especiais.
“O tribal é nossa base. A festa começa com o som mais leve, evolui para o ‘porradão’ e termina em clímax, como se fosse um after dentro da própria festa”, explicou.
A acolhida ao público também foi uma prioridade. “A gente entregou picolé ao amanhecer. A ideia é que as pessoas se sintam acolhidas e cuidadas”, revelou Gabryell — que prometeu um picolé de café exclusivo para a entrevistadora.
Raízes nordestinas e ousadia desde a infância
Natural de Recife (PE), Gabryell falou com orgulho sobre sua origem e sobre o impulso criativo que o acompanha desde pequeno:
“Sempre fui assim. Louca, mas com um pé no chão. Arriscava. Eu queria fazer o que via no circo em casa. Já botei meu irmão dentro de uma caixa e fiz um truque com espeto de churrasco.”
Essa ousadia infantil evoluiu para projetos adultos de sucesso, como a carreira como DJ e a criação da sua própria festa.
“Tudo o que quero fazer, eu faço. Se quero aprender maquiagem, aprendo. Se quero fazer o povo rir, faço. Virei DJ, virei drag. É isso.”
“Sou 1001 utilidades — mas não recomendo”
Ao ser questionado sobre sua rotina, Gabryell foi direto:
“Quem decide ser 1001 utilidades precisa pensar duas vezes. Todo mundo espera que você seja uma máquina. E eu, sinceramente, não relaxo. Só descanso dormindo.”
Mesmo assim, ele se orgulha do que construiu — e deixa claro que o reconhecimento vem da entrega.
“Tudo que faço é com muito amor, energia e verdade. Quando estou montado, viro outra pessoa. E quando essa persona resolve ficar até o fim, eu fico com ela. Quando ela quer ir embora, não tem maquiagem que segure.”
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