O que acontece quando a música encontra o cinema e o teatro? A resposta é “Odisseia”, o ambicioso projeto do cantor e compositor Lucca Bueno. Em um bate-papo descontraído e revelador, Lucca abriu o coração sobre as origens de seu trabalho, suas influências ecléticas e a catarse de levar sua história para os palcos.
Mais do que um show, “Odisseia” é definido pelo artista como uma “jornada de autoconhecimento“. O projeto, que mescla canções autorais com projeções de um curta-metragem inédito, nasceu de um momento de virada na vida pessoal do cantor.
Da depressão à criação
Durante a entrevista, Lucca revelou que a gênese do álbum surgiu após um período difícil de anos de depressão. O ponto de virada coincidiu com um breve relacionamento amoroso e uma imersão espiritual.
“A narrativa é a descoberta de mim mesmo enquanto uma pessoa gay e de todas as questões que carregamos desde a infância até o momento em que você de fato se aceita”, explicou Lucca.
O artista detalhou como a frequência em um terreiro de Umbanda foi crucial para destravar sua criatividade. “Foram as semanas que eu mais tive inspiração. Eu chegava em casa e escrevia até de madrugada. Tenho certeza que teve ‘mãos’ espirituais e alienígenas aí”, brinca o cantor, referindo-se à rapidez com que o conceito foi montado.
O Alter Ego
Um dos pontos altos da conversa foi a revelação sobre o personagem central da narrativa, a figura dos “Olhos Brilhantes”. Embora inicialmente concebido como um par romântico na história de amor que permeia o álbum, Lucca percebeu, ao longo da escrita, que se tratava de um espelho.
“Talvez os olhos brilhantes, no final das contas, seja eu. Todo o amor que eu projetei era meu. É um alter ego”, reflete o artista, trazendo uma camada de profundidade psicológica à obra.
Sonoridade Épica e Referências Brasileiras
Musicalmente, Lucca Bueno não tem medo de misturar o clássico com o pop. Ele cita a banda Florence + The Machine como grande inspiração para a atmosfera “lúdica, épica e etérea” do álbum, utilizando violinos, violoncelos e sintetizadores. Contudo, suas raízes estão fincadas no Brasil:
“Do Brasil, minha maior referência é Raul Seixas. Eu acho ele muito foda”, afirma, citando também Cazuza e Marina Lima, esta última, inclusive, inspirou o título de sua faixa favorita do álbum, “Fullgás”.
Já a música que mais define sua personalidade, segundo ele, é “Eletrizante”: “Eu sou uma pessoa dramática, que me jogo no que acredito, vivo meus dramas, mas sei transmutar isso”.
O Espetáculo: Uma Experiência Imersiva
O show “Odisseia” não é apenas uma apresentação musical; é um convite para entrar no universo de Lucca. O artista descreve a experiência como ser “abduzido” para o meio de uma plantação, onde o público interage diretamente com a performance.
A montagem exige uma entrega emocional intensa. Lucca confessa que o momento mais desafiador é recitar textos sobre suas vivências mais íntimas e a depressão: “É um processo. Dá vontade de chorar e fico nervoso, mas entendo que é necessário porque a história é justamente sobre isso”.
Apoiado por artistas locais, como a companhia de teatro Peripatéticos e a Academia, o espetáculo é uma prova da força da cena artística independente e LGBTQIA+ do Vale do Paraíba.
Não perca “Odisseia”
O público de São José dos Campos tem duas oportunidades imperdíveis para conferir este espetáculo multimídia que une música, cinema e performance.
Apresentação 1:
- Data: 29 de Novembro (Sábado)
- Horário: 20h00
- Local: Teatro Sérgio Mamberti (Vila Maria, São José dos Campos)
Apresentação 2:
- Data: 06 de Dezembro
- Horário: 20h00
- Local: Teatro da Rua Elisa (Espaço Marcelo Deni)
🎟️ Ingressos: Disponíveis via Sympla (clique aqui). O evento conta com três modalidades de ingresso, incluindo opção gratuita, ingresso incentivo e apoiador da arte independente.
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