A busca por Juliana Marins, brasileira de 26 anos desaparecida após cair durante trilha no vulcão Rinjani, foi suspensa ontem em razão do mau tempo. A publicitária está isolada há mais de 50 horas em um terreno íngreme e sem acesso por terra.
Segundo a Embaixada do Brasil e o Itamaraty, a operação foi interrompida devido à forte neblina, ventos intensos e visibilidade quase zero. Apesar dos esforços, o uso de helicóptero foi considerado inviável — tornando a retomada das buscas apenas possível ao amanhecer.
Enquanto isso, amigos e familiares de Juliana aguardam novas atualizações com nervosismo. A mãe e a irmã criticam falhas na comunicação e pressiona as autoridades por mais agilidade e transparência.
Além disso, a atriz Tatá Werneck e outras celebridades usaram suas redes para pedir mobilização pública. “Vamos fazer barulho”, pediu Tatá, reforçando que apenas uma mobilização ampla pode acelerar o resgate. Desde então, uma corrente de apoio cresce no Instagram usando a hashtag #resgatejulianamarins.
A operação de busca teve início ainda no sábado, quando colegas de trilha acionaram drones que detectaram Juliana caída a cerca de 300 metros da trilha principal. Imagens confirmaram que ela estava consciente, mas sem capacidade de se mover.
Logo em seguida, equipes locais da agência Basarnas iniciaram deslocamento por terreno íngreme usando cordas e técnicas de montanhismo. Embora tenham conseguido alcançar o ponto onde estava a mochila, ainda não chegaram até ela devido às condições climáticas adversas .
Apesar do clima ter dificultado o resgate, uma fonte da embaixada declarou que haverá nova tentativa assim que a visibilidade melhorar. A previsão é de retomada das operações amanhã de manhã, no horário local, com reforço de equipes e apoio logístico.
Nas redes sociais, imagens divulgadas por amigos da trilha mostram drones capturando sinais de Juliana. Entretanto, a irmã Mariana Marins questionou a veracidade de imagens e notícias compartilhadas. Ela afirmou que circulam dados falsos que indicam resgate realizado — algo que, de fato, não ocorreu .
Nesse contexto, empresários, cidadãos comuns e famosos como Eliana, Babu Santana e Tainá Müller também se uniram ao apelo. Eles pedem que o governo brasileiro pressione as agências indonésias a priorizar o caso. Um dos argumentos é que a operação poderia avançar só com apoio aéreo — o que ainda não foi autorizado.
Enquanto isso, telas de televisão e plataformas de vídeo exibem depoimentos emocionados de familiares, que cobram um plano de ação mais eficiente. As falhas de informações, trocas de dados contraditórios e extensos gaps de comunicação acendem luz vermelha sobre o protocolo de resgate a cidadãos em situação de risco no exterior.
O que esperar nas próximas horas
As equipes locais aguardam a madrugada para reorganizar o resgate. A previsão de clareamento contratempo indica condições adequadas por volta das 6h — horário da Indonésia. Se as forças secundárias encontrarem condições seguras, a missão pode incluir bombeiros especializados, helicópteros e drones de precisão.
Além disso, a Embaixada prometeu apoio técnico‑logístico e contatos diplomáticos com o governo local, visando acelerar a autorização do uso de aeronaves. Até o momento, não há sinais de contato direto com Juliana nas últimas 24 horas.
Por que esse caso sensibiliza
Juliana é natural de Niterói (RJ) e viajava pela Ásia desde fevereiro, explorando diversos países como Vietnã, Filipinas e Tailândia. A queda no Monte Rinjani, considerado um dos trajetos mais populares da Indonésia, virou pesadelo a 3.700 metros acima do mar.
A maior parte do mundo observa com apreensão. As barreiras geográficas dificultam o acesso e aumentam o risco da operação. Além disso, o fato de o resgate depender exclusivamente de proliferação de recursos locais expõe fragilidades em missões humanitárias em montanhas remotas.