Bonnie McKee concluiu sua vitoriosa trajetória com o lançamento de “Hot City”. De antemão, o projeto chega com 16 faixas autorais, incluindo duetos com a estrela de Drag Race, Priyanka, e com a pop star Sophie Powers.
Inicialmente concebido em 2013 após grande sucesso como compositora, o álbum foi cancelado quando Bonnie e a gravadora não chegaram a um acordo na época. Inspirada e apoiada pela paixão dos fãs durante esses 11 anos, a artista resgatou, regravou e produziu o que se tornou “Hot City”! A cantora ainda confirmou que cópias físicas do projeto estão a caminho, incluindo em vinil.
“Eu escrevi esse álbum há 11 anos. Eu estava no topo da minha carreira como compositora, coescrevi 10 hits que foram #1 para outros artistas, recebi uma indicação ao GRAMMY, 9 prêmios BMI, assinei meu segundo contrato com uma grande gravadora e senti como se finalmente tivesse ganhado permissão para sair dos bastidores e ser uma artista novamente. Mas o universo funciona de maneiras misteriosas e ‘Hot City’ não viu a luz do dia. É uma vitória conseguir ter essas músicas tanto tempo depois. Devo muito aos fãs que estiveram aqui esse tempo todo, especialmente os brasileiros, que sempre me apoiaram ao longo dos anos com comentários fofos em minhas postagens. Tudo isso é uma experiência muito alegre para mim”, Bonnie conta.
Em 2013, após o lançamento do single “American Girl”, hoje vitoriosamente incluída em “Hot City”, a cantora e o selo tiveram divergências e cancelaram o disco. Durante anos, o público pediu pelo lançamento das canções que Bonnie vinha cantando em turnê pelos Estados Unidos. Mas foi em 2020 que ela se deparou com um fórum online de 500 páginas onde fãs reuniam informações sobre o álbum e torciam por um próximo passo.
“Quando saí da gravadora, tive que deixar essas músicas para trás, mas continuei recebendo muitos comentários do tipo: ‘Queremos SLAY, queremos Forever 21. Eu também sempre quis, sempre amei essas faixas, mas, até então, eu não as possuía. Quando entrei no TikTok, percebi que as pessoas ainda falavam sobre elas, então decidi fazer como a Taylor Swift e regravar tudo para realmente possuir as masters”, ela complementa.
Esse espírito triunfante permeia faixas como “SLAY”, “Hot City” e “Don’t Get Mad Get Famous”, onde a confiança fica evidente nas fortes e atemporais melodias. A Rolling Stone americana afirmou: “O álbum resistiu ao teste do tempo e se encaixa na nostalgia pop do início da década de 2010, que tomou conta de grande parte da Internet”.
Muito além da produção executiva do projeto, Bonnie dirigiu e estrelou todos os videoclipes, além de fazer a curadoria, o casting, idealizar tudo desde o início e até mesmo construir cenários com as próprias mãos. Essa paixão por narrativas é ainda mais evidente em faixas como “Forever 21”.
Ainda mais
A sonoridade que lembra um videogame ajuda a pintar uma imagem vívida de uma juventude que ficou um pouco selvagem demais: “Eu tomo qualquer coisa que me anestesie. Baby, eu terei 21 para sempre”.
“Essa música foi inspirada por minha antiga assistente que fez compras com meu cartão de crédito na Forever 21”, ela explica. “Eu me reconheci nela. Ela tinha um problema com bebida, e eu também. É sobre negar alegremente que eu era alcoólatra. Mesmo sendo uma faixa pop animada, ela explora sentimentos de vergonha e de ser uma idiota. Foi uma experiência catártica e um passo importante para admitir que eu tinha um problema.”
Adicionando à sua visão, Bonnie trouxe uma faixa nova, “Snatched”, às canções originais de “Hot City”. Ao lado da estrela de Drag Race, Priyanka, ela entrega uma performance sedutora e poderosa. “É uma ode à comunidade drag”, diz ela. “É um daqueles hinos com energia de ‘sou gostosa e sei disso’”.
Nesse sentido, a artista também mostra sua versatilidade como compositora em faixas como “Just a Kiss”, “Everything But You” e “Stars In Your Heart”. Além de explorar um lado mais pessoal e romântico de Bonnie McKee, as canções trazem performances e arranjos vocais que mostram o porquê de os fãs terem tanta paixão por esse projeto.
“Esse álbum sempre foi sobre uma busca pelo ‘paraíso’, ir atrás da miragem do sucesso, encontrando um lugar onde eu pudesse ser eu mesma sem medo, explorar minhas fantasias, entrar no holofote e ousar sonhar vividamente. Mas a década de luta para recuperar minha voz como artista deu a esse projeto um peso que ele não tinha naquela época. Quando vi que os fãs vazaram as demos, tatuaram as letras das músicas e exigiram um lançamento oficial, Hot City assumiu um propósito muito maior do que apenas realizar meus sonhos pessoais. Esse álbum é para todos que já se sentiram excluídos, mas que continuam buscando seu espaço. É sobre a emoção de tentar, o triunfo da sobrevivência e a esperança no horizonte. Hot City é um lugar onde todos têm o direito de brilhar, e estou muito feliz por finalmente termos chegado aqui juntos”, Bonnie finaliza com emoção.