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De Madureira a Havana até os EUA: Chico Batera e Lisa Castro lançam ‘Atrevida’

Chico Batera, um dos mais ilustres bateristas brasileiros, prova que a idade não é um impedimento para a inovação artística. Aos 81 anos, ele continua a se reinventar, mostrando que a arte transcende o tempo. Seu novo single, “Atrevida”, lançado em parceria com a rapper carioca Lisa Castro, chegou às plataformas de streaming no dia 16 de agosto, prometendo ser uma ponte musical entre as batidas de Madureira, os ritmos de Cuba e as influências da música norte-americana.

‘Atrevida’ é o desejo de Chico em criar algo inédito

A faixa se destaca pela sua fusão de estilos, mesclando o samba, que pulsa nas veias de Chico Batera, com a energia do rap e a da música cubana. O resultado é uma composição que dialoga com a modernidade sem perder suas raízes, inspirada na clássica “Eu Quero Essa Mulher Assim Mesmo”, de Monsueto, mas reinterpretada sob uma ótica mais contemporânea. Refletindo também o desejo de Chico de criar algo novo e relevante.

 “Minha vontade de fazer uma coisa nova depois dessa idade era tão grande que não foi por acaso que pintou essa oportunidade do rap. A arte nunca chega de graça“, comenta Chico, que recentemente também lançou o livro “Chico Batera: Memórias de um Músico Brasileiro” e o show “Chico Batera – 80 Anos”.

A Conexão Brasil-Cuba-Estados Unidos

“Todo baterista gosta de música cubana. Tenho uma afinidade e uma admiração pela musicalidade e resistência de lá. A cegonha quando me trouxe passou de raspão por Havana e foi parar em Madureira, que até parece Cuba”, brinca Chico.

Durante seu tempo em Los Angeles, Chico conviveu com inúmeros músicos latinos, o que fortaleceu ainda mais essa conexão cultural. “Não tem povo mais parecido com o brasileiro do que o cubano. A etnia é a mesma: África com Península Ibérica, Portugal, Indígenas. O brasileiro demora a se conscientizar que é latino”, reflete Chico

Lisa Castro: A voz feminina em “Atrevida”

O encontro entre Chico Batera e Lisa Castro, poetisa, MC e slammer da Baixada Fluminense, foi orquestrado pelo Produtor Artístico Geraldinho Magalhães, do selo Diversão e Arte, em parceria com a Virgin Music Group. A colaboração entre Chico e Lisa resultou em uma admiração mútua imediata, que se cristalizou na letra incisiva de “Atrevida”. Lisa, que carrega em sua arte a força e a vivência das mulheres pretas da Baixada, contribuiu com versos que celebram a presença e a potência feminina.

“Considero a palavra atrevida como um adjetivo de qualidade. Para mulheres pretas da Baixada Fluminense, como eu, ser atrevida, insolente, petulante é muito bom”, afirma Lisa, que se inspira em figuras como Nina Simone, Lauryn Hill, Conceição Evaristo, Elis Regina e Carolina Maria de Jesus para escrever suas letras, sempre buscando uma abordagem “simples, potente e engajada”.