O cantor e compositor Dichavai, nome artístico de João Havaí, apresenta sua nova música, “Entardeceu”, um mergulho poético nas dores de um amor que chegou ao fim. A canção é marcada por uma letra melancólica e introspectiva, que transforma a saudade em narrativa sensível e potente. Com o verso repetido “entardeceu e eu nem notei o tempo passar”, o artista retrata a dor emocional como algo que distorce até a noção do tempo.
Com uma sonoridade que dialoga com o blues, a faixa evoca uma atmosfera de solidão e luto emocional. A produção melódica acompanha delicadamente o peso das lembranças, tornando presentes os vestígios sensoriais do passado: o toque, o cheiro, a voz – todos ainda vivos na memória do eu lírico. Mais do que falar de um término, “Entardeceu” expõe uma saudade crua e visceral, envolta em uma estética que valoriza tanto a vulnerabilidade quanto a força poética da experiência humana.
Natural de Jaboatão dos Guararapes (PE), Dichavai se destaca por sua versatilidade artística e pelo compromisso com a identidade cultural nordestina. Sua trajetória inclui experimentações com gêneros como Blues, R&B, Deep House, Trap e ritmos tradicionais como o Maracatu, numa proposta que busca globalizar a cultura regional. Sua arte, ao mesmo tempo moderna e ancestral, tem raízes no manguebeat, movimento que inspira sua sonoridade e visão de mundo.
Esse resgate do manguebeat é reinventado por Dichavai no conceito que ele chama de Neomangue – uma nova onda de música e resistência que, como o próprio movimento original, emerge da lama para o mundo. Em suas composições, ele aborda temas como crítica social, representatividade, afeto e pertencimento, tornando-se uma voz relevante da nova cena musical brasileira.
Após o impacto de “Guaiamum”, single que marcou sua estreia nessa nova fase e ultrapassou 80 mil plays em apenas três semanas, o artista reforça com “Entardeceu” sua identidade autoral e emocional. A música evidencia a maturidade de sua escrita e a profundidade de sua entrega artística, consolidando sua presença como um nome original e urgente da música contemporânea.
Dichavai não apenas canta sobre o passado – ele o transforma em arte, ressignificando vivências pessoais em narrativas coletivas. Em “Entardeceu”, ele reafirma seu compromisso com uma arte verdadeira, que emociona e provoca. Sua jornada continua como um exercício constante de reinvenção, onde a dor vira poesia, e a saudade, combustível para novas criações.
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