O julgamento de Sean “Diddy” Combs se aproxima do desfecho, mas segue repleto de incertezas. Na fase final do processo, advogados de defesa decidiram não chamar testemunhas, acendendo sinais de fraqueza na acusação e reforçando questionamentos sobre lacunas no caso.
A promotoria, após mais de 30 testemunhos incluindo Cassie Ventura e “Jane”, do pseudônimo usado por outra vítima, conclui sua apresentação. A defesa optou por ler apenas termos acordados em juízo, sem chamar especialistas ou ex-funcionários que planejava apresentar originalmente.
Essa estratégia, segundo especialistas, sugere confiança na fragilidade do caso do governo — que ainda enfrenta falhas graves como testemunhas prometidas que não compareceram.
De acordo com ex-procuradores, a promotoria cometeu equívocos ao incluir testemunhas sem confirmação, como “Gina” (vítima 3), que não foi localizada. Isso provocou dúvidas sobre motivos: medo, acordo ou suborno? Há ainda crítica por não convocar a ex-chefe de equipe de Diddy, apontada por testemunhas como figura central nas operações.
Essas ausências reforçam a tese da defesa de que faltam elementos concretos para sustentar o crime organizado descrito na acusação — incluindo uma eventual ligação entre testemunhas e o rapper por influência ou religião ao áudio de mensagens.
Especialistas afirmam que ausência de testemunhas chaves reduz o impacto emocional do caso. Para analistas jurídicos, esse desgaste emocional pode favorecer a defesa quando o júri precisar separar sentimento de evidência.
Outro desafio: questões com o tribunal. Um jurado foi dispensado e levantou preocupação sobre falta de isolamento (sequestro), que poderia comprometer a imparcialidade. Em paralelo, a acusação concluiu com depoimentos de Brendan Paul, ex-assistente que detalhou a compra de drogas para “freak-offs” sexuais, mas faltam outros nomes e provas diretas.
Próximos passos
A defesa pode optar por não apresentar caso, deixando julgamento à base das acusações já expostas. Os argumentos finais estão previstos para esta semana, seguidos da deliberação do júri.
Se condenado, Diddy poderá receber pena de prisão perpétua. Já a absolvição pode passar pela revisão em instâncias superiores — um possível recurso com base em falhas processuais.
O júri, 12 membros, deve decidir sobre um caso que mistura narrativa emocional e fragilidade técnica. A expectativa gira em torno de como vontades pessoais e provas – faltantes ou não – podem influenciar o veredicto.