O Brasil amanheceu chocado neste domingo (22) com a tragédia envolvendo um balão de passeio que pegou fogo e caiu em Timbó, Santa Catarina, matando dois ocupantes. O relato da jovem Gabriela Fernandes, filha do casal que faleceu no acidente, comoveu o país.
Gabriela revelou que precisou tomar uma decisão desesperadora para sobreviver. Segundo seu relato, ela e os pais estavam no cesto do balão quando perceberam o início do incêndio na parte superior da estrutura. Em poucos segundos, as chamas tomaram conta do balão.
“Eu só lembro de ver o fogo subindo muito rápido. O piloto começou a gritar para a gente se preparar. Quando percebi, pulei”, declarou a jovem em entrevista emocionada. Infelizmente, seus pais não conseguiram saltar a tempo.
A jovem foi resgatada com múltiplas fraturas, mas consciente. Ela permanece internada em estado estável. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o balão caiu em uma área de mata após perder altitude rapidamente.
Testemunhas relataram que, antes da queda, o balão começou a perder altura de forma descontrolada, emitindo faíscas e muita fumaça. Muitos moradores gravaram vídeos que circulam nas redes sociais, mostrando o momento do incêndio e a queda.
A tragédia ocorreu por volta das 6h da manhã, horário em que os voos de balão costumam ser realizados por conta das condições climáticas mais favoráveis. Contudo, algo deu muito errado neste voo específico.
Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o balão possuía licença válida e estava com a manutenção em dia. Entretanto, o órgão já abriu uma investigação para apurar as causas do acidente.
O Ministério Público também anunciou que irá investigar se houve negligência ou falha técnica no equipamento. Além disso, o governo federal estuda acelerar o processo de regulamentação mais rígida para o setor de balonismo no Brasil.
A prática, que cresceu nos últimos anos em cidades turísticas, ainda é alvo de críticas quanto à fiscalização. Atualmente, as regras exigem licença de operação, mas não há regulamentação específica para manutenção periódica de equipamentos como os balões.
Relatos de quem presenciou a tragédia
Moradores da região que acompanharam o acidente descreveram cenas de pânico. “O fogo subiu muito rápido. Vimos uma pessoa pulando, mas os outros ficaram presos. Foi desesperador”, contou um dos moradores à imprensa local.
Gabriela relatou que seu pai ainda tentou ajudá-la a descer, mas o avanço das chamas foi mais rápido do que qualquer tentativa. “Ele dizia pra eu pular, que eles iam tentar também. Mas não deu tempo… não deu…”, disse aos prantos.
O impacto desse relato tomou conta das redes sociais, onde milhares de pessoas expressaram solidariedade à jovem. Figuras públicas e influenciadores também se manifestaram, pedindo por mais segurança em atividades de turismo de aventura.
Governo quer endurecer regras após a tragédia
Após a repercussão nacional, o governo confirmou que pretende avançar rapidamente na criação de uma regulamentação mais rigorosa para voos turísticos em balões.
O ministro de Portos e Aeroportos, em nota oficial, declarou que o episódio é “inaceitável” e que a legislação atual precisa ser revista com urgência. Uma das sugestões em análise é tornar obrigatória a instalação de sistemas de supressão de incêndio nos balões, além de aprimorar os protocolos de evacuação emergencial.
Também está em discussão um aumento na fiscalização dos operadores, exigindo treinamentos mais robustos para pilotos e revisões técnicas mais frequentes nas aeronaves.
Balonismo: turismo, riscos e responsabilidade
O balonismo cresceu no Brasil nos últimos anos, especialmente em regiões como Boituva (SP), Piracicaba (SP) e, mais recentemente, em Santa Catarina. A prática encanta pela beleza dos voos panorâmicos, mas não está isenta de riscos.
Apesar dos acidentes serem relativamente raros, este episódio reabriu o debate sobre até que ponto há segurança suficiente. Especialistas afirmam que o balonismo, embora seguro quando bem conduzido, depende diretamente da qualidade dos equipamentos, da capacitação do piloto e, principalmente, das condições climáticas.
Por isso, entidades de defesa do consumidor reforçam a importância de escolher empresas certificadas, com pilotos credenciados e equipamentos vistoriados.