A aguardada apresentação de Lady Gaga, marcada para o dia 3 de maio de 2025, em Copacabana, promete entrar para a história dos megaeventos no Brasil. Com expectativa de público de 1,6 milhão de pessoas e impacto estimado de R$ 600 milhões na economia carioca, o show gratuito contará com uma estrutura monumental: palco de 1.260 m², painel de LED de última geração e dez telões ao longo da praia.
Para o empresário Anderson Ricardo, referência na gestão de carreiras e planejamento de grandes espetáculos, eventos desse porte refletem o amadurecimento do mercado brasileiro de entretenimento ao vivo. “Trazer uma artista como a Lady Gaga para um show aberto ao público, com esse nível de produção, exige uma operação logística digna de grandes capitais do mundo”, destaca.
Com passagens pela gestão de nomes como Luan Santana, Wanessa Camargo e Gaby Amarantos, Anderson acompanha de perto os bastidores do show business no país. Ele aponta que o Brasil vem se consolidando como rota prioritária para grandes turnês internacionais. “Hoje temos know-how técnico, empresas capacitadas e um público exigente. Essa combinação transforma o Brasil num destino estratégico para a indústria global da música”, afirma.
A estrutura do show está sendo organizada pela produtora Bonus Track, comandada por Luiz Oscar Niemeyer. No entanto, profissionais como Anderson reconhecem que o momento atual também é fruto de anos de profissionalização do setor. “Há uma nova geração de produtores e gestores comprometidos com experiências completas. Não é só sobre o show, é sobre tudo o que gira em torno dele turismo, economia, imagem de marca e legado cultural”, explica.
Além de passar todo seu conhecimento para mercado, Anderson Ricardo vai promover a Revolut MUSIC, a maior imersão presencial voltada ao show business no Brasil, que acontecerá no dia 07 de maio, próxima semana. O evento visa justamente discutir os novos caminhos e oportunidades da indústria. “Esse show da Gaga é simbólico. Mostra que estamos preparados para pensar grande, realizar com excelência e competir de igual para igual com os maiores mercados do mundo”, conclui.
Sobre a polêmica de Lady Gaga com os fãs
“Estou neste mercado da música há mais de 20 anos e convivo com essa discussão: os fãs devem realmente pedir, desejar e têm o direito de se aproximar do artista ou não? Isso é bastante discutível, dependendo do tamanho e da fase da carreira do artista. E é aí que está o grande ponto. Por quê?
Porque, quando o artista é pequeno, ele precisa do fã e está sempre presente com ele. E a maioria dos fãs que hoje acompanham grandes artistas, já eram fãs quando esses artistas estavam começando. Na cabeça do fã, ele faz parte daquele projeto, daquela carreira. Ele se sente pertencente àquela história.
Essa discussão voltou à tona com a chegada da Lady Gaga ao Brasil. Ela pediu para apagarem as luzes do aeroporto quando desembarcou e não atendeu os fãs. Eu assisti a vários vídeos de fãs desesperados na porta do hotel, nervosos, esperando por uma aparição. Isso porque grandes artistas, como Madonna ou Michael Jackson, por exemplo, costumavam aparecer na sacada do Copacabana Palace e acenar para os fãs. Como já há milhares de pessoas há dias na porta do hotel esperando pela Lady Gaga e ela ainda não apareceu, muitos estão frustrados.
Agora, vamos analisar os dois lados.
Do lado da artista: ela quer manter uma certa escassez da sua imagem para preservar o impacto do show. Pode estar cansada da viagem, compondo, se preparando emocionalmente para a apresentação e, por isso, prefere não ter esse primeiro contato agora.
Do lado dos fãs: muitos vêm de longe, de outras cidades, acampam na porta do hotel e desejam apenas um aceno, uma aparição, um reconhecimento.
E então, quem está certo: os fãs ou a artista?
Na minha visão, com mais de 20 anos nesse mercado, sempre o fã vai ter razão. Sempre. Por quê? Porque sem fã, não existe carreira. E o artista, em qualquer momento ou fase da sua trajetória, precisa colocar como prioridade a manutenção dessa conexão com o fã, porque o fã é o que ele mais quer, é o que o move.
O fã está ali na porta do hotel, está na frente do aeroporto, justamente porque deseja esse contato. E aqui no Brasil, eu vejo isso com muita preocupação. Após a pandemia, muitos artistas não querem mais ir ao camarim, não querem esse contato direto. Recentemente, falei com um contratante de um grande festival que investiu mais de R$ 25 mil no camarim de um artista. E o que aconteceu? O artista foi da van para o palco, do palco para a van, e nem passou no camarim. O contratante ficou extremamente chateado e me ligou para contar isso.
Por isso, nunca, em hipótese alguma, vou colocar a culpa no fã. Porque foi o próprio artista que criou aquilo dentro dele. Foi o artista que alimentou aquela vontade desde o início o desejo de ver, tirar uma foto, estar perto. Isso não pode ser simplesmente ignorado.”
