A aquisição, anunciada em 5 de dezembro, inclui os estúdios de cinema e televisão da Warner Bros., além da HBO e HBO Max, e criaria uma gigante global com aproximadamente 450 milhões de assinantes. A Netflix pagaria US$ 27,75 por ação — sendo US$ 23,25 em dinheiro e US$ 4,50 em ações — com conclusão prevista para 12 a 18 meses após separação da divisão Discovery Global da WBD.
Três dias após o anúncio da Netflix, a Paramount apresentou uma oferta pública hostil de US$ 108,4 bilhões, oferecendo US$ 30 por ação em dinheiro pela totalidade da Warner Bros. Discovery. A proposta, anunciada em 8 de dezembro, representa US$ 18 bilhões a mais que a oferta da Netflix e visa comprar toda a companhia, incluindo os canais lineares como CNN e TNT.
David Ellison, CEO da Paramount, argumentou que os acionistas da WBD “merecem a chance de avaliar uma oferta superior e totalmente em dinheiro”. A Paramount classificou o acordo com a Netflix como de “menor valor” e destacou que enfrentaria menos obstáculos regulatórios.
Oposição política e regulatória se intensifica
O acordo da Netflix enfrenta forte resistência de múltiplos setores. O sindicato Writers Guild of America afirmou que a fusão “deve ser barrada”, alertando que “eliminaria empregos, reduziria salários” e aumentaria preços para consumidores. A senadora democrata Elizabeth Warren classificou o negócio como um “pesadelo antimonopolista”, enquanto seu colega Bernie Sanders alertou sobre “concentração oligárquica” da mídia.
O presidente Donald Trump sinalizou participação direta na decisão, declarando que o acordo “pode ser um problema” devido à “fatia de mercado muito grande” que representaria. Trump confirmou reunião recente com Ted Sarandos, mas não garantiu aprovação automática.
Assinantes entraram com ação coletiva em 8 de dezembro tentando impedir a aquisição, alegando ameaça à concorrência no streaming. O Departamento de Justiça dos EUA deverá realizar análise antitruste rigorosa, com a transação também enfrentando escrutínio na União Europeia.
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