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Repatriação de Preta Gil: Entenda o Processo de Traslado do Corpo dos EUA ao Brasil 

A morte da cantora, atriz e empresária Preta Gil, aos 50 anos, em Nova York, no último domingo (20), mobilizou uma série de procedimentos legais e diplomáticos para o retorno de seu corpo ao Brasil. A artista, filha de Gilberto Gil, estava nos Estados Unidos em tratamento contra um câncer no intestino diagnosticado em 2023.

Conforme os protocolos estabelecidos pelo Consulado-Geral do Brasil em Washington D.C., o processo de repatriação deve ser conduzido por uma funerária local em parceria com uma empresa funerária brasileira. A legislação dos dois países exige uma documentação rigorosa, incluindo certidão de óbito americana, certificado de embalsamamento (de acordo com as normas sanitárias dos Estados Unidos), autorização para traslado e um atestado médico que comprove que a causa da morte não representa risco sanitário.

Caso a causa da morte envolvesse alguma doença contagiosa, o corpo teria que ser transportado em uma urna metálica hermética, o que não será necessário neste caso. A família também precisará obter validações adicionais, como a autenticação de documentos por autoridades locais, como o Secretary of State, e aguardar a liberação oficial do aeroporto para o envio do corpo.

Segundo orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), previstas na Resolução nº 33/2011, o transporte de restos mortais precisa ocorrer no compartimento de cargas da aeronave e apenas após a realização de procedimentos de conservação do corpo. O artigo 9º da mesma resolução reforça que qualquer irregularidade durante o trajeto deve ser imediatamente comunicada às autoridades sanitárias dos aeroportos envolvidos.

Todos os custos referentes ao processo de repatriação são de responsabilidade dos familiares. Em casos de cremação — o que ainda não foi confirmado pela família —, o transporte das cinzas também segue normas específicas, incluindo o uso de urnas impermeáveis e lacradas.

Quem foi Preta Gil

Nascida em 8 de agosto de 1974, Preta Maria Gadelha Gil Moreira era mais do que a filha do renomado cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Ao longo de mais de duas décadas de carreira, Preta consolidou-se como uma voz potente no cenário da música brasileira, misturando pop, MPB e funk em seu repertório. Ícone de representatividade, empoderamento e liberdade de expressão, ela também se destacou por sua luta contra o preconceito, a gordofobia e pela defesa da comunidade LGBTQIA+.

Além da música, Preta também atuou como apresentadora e atriz, participando de novelas e projetos de televisão. Era figura marcante nos principais carnavais do país, especialmente com o “Bloco da Preta”, que arrastava multidões pelas ruas do Rio de Janeiro. Sua autenticidade, generosidade e carisma fizeram dela uma figura querida tanto por artistas quanto pelo público.

Em 2023, após sentir fortes dores abdominais, Preta foi diagnosticada com um câncer no intestino. Passou por uma longa cirurgia de 18 horas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e seguiu com tratamentos intensivos ao longo de 2024. Em maio de 2025, com autorização médica, viajou para os Estados Unidos em busca de um tratamento experimental que lhe oferecia esperança de cura. “No Brasil, já fizemos tudo que podíamos, agora a minha chance de cura está no exterior”, declarou em entrevista ao programa Domingão com Huck.

Até o momento, a família ainda não divulgou informações sobre o velório e sepultamento da artista. Em nota oficial publicada no perfil de Gilberto Gil, os familiares agradeceram as mensagens de carinho e pediram respeito neste momento de dor: “Estamos neste momento cuidando dos procedimentos para sua repatriação ao Brasil. Assim que possível, divulgaremos informações sobre as despedidas.”

A despedida de Preta Gil deixa uma lacuna no cenário artístico nacional. Sua trajetória, marcada por coragem, irreverência e luta, segue como inspiração para diversas gerações.

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Escrito por Victor Alexandre

Editor de Entretenimento BR & Mundo Miss, correspondente nos Estados Unidos!
Com o tremendo sonho de explorar cada cultura desde mundo, Victor, já passou por 13 países dentro de 5 continentes.

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