Forçadas a subir, Pikas extremamente sensíveis estão sob risco de desaparecer

Pequenas, silenciosas e quase invisíveis fora de seus habitats naturais, as Pikas estão se tornando um dos símbolos mais claros do impacto das mudanças climáticas sobre a vida selvagem. Esses mamíferos aparentados a coelhos e lebres vivem majoritariamente em regiões frias e montanhosas e justamente por isso enfrentam hoje um futuro cada vez mais incerto.

A combinação entre aquecimento global, perda de habitat e isolamento populacional coloca diversas espécies de Pikas sob risco real de desaparecer, algumas delas em um ritmo alarmante.

Um animal feito para o frio e só para ele

As Pikas não são apenas “adaptadas” ao frio: elas dependem dele para sobreviver. Diferente de outros mamíferos, não hibernam e possuem um limite térmico extremamente baixo. Temperaturas acima de 25 °C por períodos prolongados já podem ser fatais.

Com o aumento global das temperaturas, o que acontece é simples e cruel: as Pikas são forçadas a subir cada vez mais alto em busca de clima adequado, até que não haja mais para onde ir.

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— Cricket 🦗Diego (@jiminyycrickets) March 6, 2025

Varias espécies de Pikas já estão em perigo real

Entre as cerca de 34 espécies conhecidas, algumas vivem situações críticas. O caso mais emblemático é o da pika-de-Ili, encontrada apenas em uma cadeia montanhosa específica da China e com população estimada em menos de mil indivíduos. Outras espécies asiáticas também enfrentam redução acelerada de território e fragmentação de habitat.

Mesmo espécies consideradas “fora de risco” oficialmente já desapareceram de áreas onde eram comuns décadas atrás. Ou seja: o problema não é futuro é o presente.

Por que as pikas são um alerta ambiental

Cientistas consideram as pikas um verdadeiro termômetro climático. Quando elas somem de uma região, isso indica que o ambiente já ultrapassou limites seguros não apenas para elas, mas para todo o ecossistema local.

Além disso, sua perda gera um efeito dominó:

• alteração na vegetação
• impacto em predadores naturais
• desequilíbrio no solo e no ciclo de nutrientes

O desaparecimento das pikas não é isolado, ele sinaliza um colapso gradual.

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Existe algo sendo feito?

Há esforços pontuais de monitoramento, especialmente na América do Norte e na Ásia, mas a proteção das pikas enfrenta obstáculos claros:

• muitas vivem fora de áreas oficialmente protegidas
• mudanças climáticas não respeitam fronteiras
• espécies com distribuição pequena são difíceis de preservar

Sem ações globais mais efetivas contra o aquecimento, a tendência é que mais espécies entrem rapidamente na lista de ameaçadas.

@steniosuxx Pika de 20cm que inspirou o Pokémon pikachu esta na lista de animais ameaçados de extinção #pokemom #aprendanotiktok #animaisnotiktok ♬ som original – Biólogo Stênio

Um futuro silencioso nas montanhas?

As pikas raramente aparecem em campanhas ambientais ou manchetes globais. Ainda assim, sua situação resume um problema maior: a velocidade com que o planeta está mudando.

Se nada for feito, o risco não é apenas perder um pequeno mamífero discreto das montanhas, mas confirmar que estamos ultrapassando pontos de não retorno, em silêncio, um habitat de cada vez.