De acordo com o estudo da IPC Maps, a indústria do turismo no Brasil projetou uma movimentação superior a R$ 82,7 bilhões até o encerramento de 2023. Essa projeção indica um potencial crescimento de 9,6% em comparação ao ano anterior, quando o valor registrado foi de R$ 75,5 bilhões.
Entre os diversos fatores que fazem crescer a indústria do turismo no Brasil está a derrubada do preconceito quanto a viagens em excursões, que são cada vez mais frequentes. Nos últimos anos, o viajante brasileiro tem testemunhado experiências cada vez mais diversificadas e direcionadas nesse formato.
“Tradicionalmente, as excursões eram frequentemente vistas com desconfiança devido a certos estereótipos, como a falta de liberdade para explorar, roteiros fixos e óbvios e a suposição de que eram viagens sem experiências aprofundadas”, explica o Marco Brotto, caçador de auroras boreais que lidera expedições em grupo nos países da Região Ártica.
Sônia Werner de Macedo, de 59 anos, viaja com o marido e o filho para o exterior desde 2010. “Algumas viagens fazemos em grupo e outras sozinhos, montando o roteiro, estudando, comprando passagens, hospedagens e passeios etc. Na viagem que fizemos à Islândia, por exemplo, percebemos que precisaríamos de apoio profissional para alcançarmos os nossos objetivos – como ver a aurora boreal – e por isso escolhemos ir em grupo”
Ela explica que, por mais que pesquisasse sobre como encontrar a aurora boreal, percebeu que sem a experiência de um guia especializado as chances de sucesso eram mínimas. “Ao pesquisar sobre essa viagem, comparei os roteiros sugeridos pelo guia com alguns roteiros de quem já tinha ido por conta e percebi o quanto estar em mãos profissionais é vantajoso”.
Experiência e segurança
Brotto promove expedições com, em média, 25 pessoas e roteiros viáveis para esse formato de grupo. “Viajar sozinho pela Islândia, por exemplo, é muito desafiador e perigoso. Diariamente ocorrem situações muito distantes da realidade dos brasileiros. Além disso, sem participar de uma expedição guiada, aumentam muito as chances do turista voltar para casa sem ter visto a aurora boreal”.
Com mais de dez anos de experiência com viagens em grupo, Brotto soma mais de 130 expedições, com 100% de visualização de auroras até aqui. Ele cita quatro vantagens das viagens em grupo que ajudam a desmistificar o antigo preconceito dos brasileiros.
Flexibilidade e customização: as agências de viagens têm se adaptado, oferecendo excursões mais flexíveis e personalizáveis. Roteiros modulares, opções de atividades extras e uma gama diversificada de destinos permite aos viajantes adaptarem as experiências de acordo com seus gostos e preferências.
Conexão e compartilhamento: as mídias sociais e plataformas digitais têm desempenhado um papel crucial na mudança de percepção. Viajantes que participam de excursões agora compartilham suas experiências de forma autêntica, mostrando como essas viagens podem ser enriquecedoras, proporcionando conexões genuínas com outras culturas e pessoas.
Acessibilidade e comodidade: excursões oferecem conveniência e facilidade para quem deseja explorar novos lugares sem se preocupar com detalhes logísticos. Para muitos, essa praticidade é um fator atrativo, especialmente para quem busca experiências mais tranquilas e organizadas.
Diversificação das ofertas: as agências ampliaram seus horizontes, oferecendo excursões especializadas que atendem a uma ampla gama de interesses, desde aventuras e ecoturismo até viagens gastronômicas e culturais. Essa diversidade quebra estereótipos e atrai novos perfis de viajantes.
“A percepção sobre excursões está em transição e os brasileiros cada vez mais se interessam em explorar essa forma de turismo. A flexibilidade, personalização e variedade de opções contribui para essa mudança, desmistificando ideias preconcebidas e permitindo que mais pessoas experimentem a magia de viajar de forma organizada e enriquecedora”, finaliza Brotto.