Crítica | “Lilo & Stitch” (2025): Disney emociona e diverte
Connect with us

Hi, what are you looking for?

Cinema e Filmes

Crítica | “Lilo & Stitch” (2025): Disney emociona e diverte em uma de suas melhores adaptações live-action

A Disney retorna ao universo das adaptações live-action com Lilo & Stitch (2025), recriando um dos clássicos mais queridos da década de 2000. Dirigido por Dean Fleischer Camp — o mesmo responsável pelo delicado Marcel the Shell with Shoes On — o longa-metragem estreou nos cinemas brasileiros em 22 de maio e tem sido recebido com entusiasmo, tanto por fãs nostálgicos quanto por um novo público que ainda não conhecia a obra original. Ao contrário de outros remakes recentes do estúdio que pecaram pelo excesso de fidelidade ou pela falta de alma, Lilo & Stitch encontra um raro equilíbrio entre reverência e renovação.

Uma história de laços familiares, perdas e reconstruções

A narrativa segue fiel ao coração da animação lançada em 2002: Lilo (interpretada com doçura e autenticidade por Maia Kealoha) é uma menina havaiana solitária e cheia de imaginação, que tenta encontrar seu lugar no mundo após perder os pais em um acidente. Sua irmã mais velha, Nani (Sydney Agudong), agora assume a responsabilidade de cuidar da garota — uma tarefa nada fácil para uma jovem que também está tentando construir sua própria vida.

Essa relação entre irmãs é o núcleo emocional do filme, e é justamente aí que reside uma das maiores qualidades da adaptação. Se na animação original já era possível sentir o peso da responsabilidade de Nani, aqui isso é ainda mais aprofundado. O roteiro oferece novos olhares sobre a personagem, revelando aspectos de sua vida antes da tragédia familiar, seus sonhos interrompidos e os sacrifícios que precisou fazer para manter a guarda da irmã. Sydney Agudong entrega uma performance carregada de sensibilidade, especialmente em momentos de vulnerabilidade, humanizando ainda mais uma personagem que muitas vezes ficava à sombra do carisma de Lilo e Stitch.

Stitch: o coração alienígena do filme

A entrada de Stitch na história — a “experiência 626”, um ser alienígena geneticamente modificado que foge de sua prisão e cai na Terra — representa o elemento fantástico e cômico da trama. Mas, assim como na animação, é também ele quem ajuda a costurar os sentimentos mais profundos da narrativa: abandono, pertencimento, empatia e a formação de laços não convencionais.

Visualmente, Stitch é um triunfo do CGI. Com um design que respeita o original mas adaptado ao realismo exigido por um live-action, o personagem convence tanto nas interações com os humanos quanto nas cenas de ação ou drama. Suas expressões faciais foram cuidadosamente trabalhadas, transmitindo emoções complexas com suavidade e precisão. Isso se mostra essencial para o impacto de algumas das cenas mais tocantes do filme — inclusive uma em particular, de forte carga emocional, que levou muitos espectadores às lágrimas.

A química entre Stitch e Lilo é outro ponto alto. Maia Kealoha, estreando no papel da jovem havaiana, mostra uma impressionante naturalidade em cena, conseguindo contracenar com um personagem digital com graça e autenticidade. Seu desempenho cativa desde os primeiros minutos e mantém o tom emocional necessário ao longo do filme.

Adaptações e escolhas criativas

Nem todas as mudanças feitas na transição da animação para o live-action foram unânimes entre os fãs, mas é importante destacar que adaptações, por definição, envolvem decisões e concessões. Um dos aspectos mais discutidos foi a ausência de um personagem importante da obra original — cuja falta impacta não apenas o enredo, mas também a personalidade e motivação de outro protagonista. Ainda que a alteração seja compreensível dentro das limitações narrativas e logísticas do formato, ela altera de forma sutil, porém perceptível, algumas dinâmicas centrais da história.

Outra decisão polêmica foi a transformação de Jumba e Pleakley em personagens humanos. Na animação, os dois alienígenas disfarçados na Terra rendiam momentos icônicos e visualmente marcantes. Aqui, interpretados por Zach Galifianakis (Jumba) e Billy Magnussen (Pleakley), os personagens mantêm o alívio cômico e contribuem positivamente com o humor do filme. No entanto, a ausência de suas formas originais e o fato de suas aparências alienígenas não serem exploradas como poderiam deixa um gosto de “oportunidade perdida”, especialmente para quem esperava ver os disfarces excêntricos e o visual irreverente que marcaram a versão animada.

Ainda assim, é preciso reconhecer o esforço do diretor Dean Fleischer Camp em manter o espírito dos personagens, mesmo diante de restrições técnicas e orçamentárias. Pleakley, por exemplo, aparece com roupas de estilos variados, sugerindo uma tentativa sutil de recuperar a excentricidade de sua persona animada.

Humor, drama e um toque de absurdo

É inegável que transformar uma história onde alienígenas disfarçados interagem com humanos comuns sem levantar suspeitas exige uma certa suspensão de descrença. Mas essa é justamente uma das qualidades que tornaram Lilo & Stitch tão amada: o equilíbrio entre o absurdo e o emocional. O live-action compreende isso e, ao invés de fugir do inusitado, abraça o exagero de forma consciente. O humor do filme funciona bem, sem se sobrepor ao drama, e o tom geral se mantém acessível tanto para crianças quanto para adultos.

A trilha sonora, outro elemento marcante da animação original, também está presente com novas versões e arranjos que evocam o espírito havaiano e complementam a ambientação cultural do longa, ainda que não se destaque tanto quanto poderia. Ainda assim, o respeito à ambientação local e à herança cultural do Havaí é perceptível na escolha de cenários, elenco e elementos visuais.

Conclusão: um sopro de esperança para os remakes da Disney

Lilo & Stitch (2025) surge como um dos melhores live-actions produzidos pela Disney nesta fase recente marcada por refilmagens. Ao preservar a essência emocional da história original e ao mesmo tempo expandir camadas de seus personagens, o filme consegue dialogar com públicos de diferentes gerações. A nostalgia está presente, mas não é usada como muleta: o longa se sustenta por méritos próprios, com um elenco talentoso, uma direção cuidadosa e um equilíbrio raro entre emoção, comédia e aventura.

Embora imperfeita em alguns aspectos — como certas ausências narrativas e decisões visuais questionáveis — a adaptação cumpre seu papel de forma admirável. É uma obra que respeita seu legado e, ao mesmo tempo, se arrisca em novos caminhos, o que a torna ainda mais digna de elogios.

Veredito final

Lilo & Stitch é uma adaptação com alma, que emociona sem ser manipulativa, diverte sem ser superficial e honra sua origem sem depender dela. Uma experiência cinematográfica tocante, vibrante e cheia de coração. Se este filme representa o novo rumo das adaptações da Disney, podemos olhar para o futuro com um pouco mais de otimismo.


Conheça o Nation Talk, nosso programa exclusivo de entrevistas!


Escrito por

Correspondente brasileiro atuando nos Estados Unidos! ?? Com o tremendo sonho de explorar cada cultura desde mundo, Victor, já passou por 13 países dentro de 5 continentes.

Publicidade

Facebook

Conteúdo relacionado

Famosos

No dia 15 de maio, uma quinta-feira, a estrela do agronejo Ana Castela retorna ao palco do Villa Country, em São Paulo, para celebrar...

Cultura

O Vale do Anhangabaú será palco de uma verdadeira festa democrática e cultural com a chegada da 20ª edição da Virada Cultural, que acontece...

Notícias

Sextou! E temos uma semana cheia de lançamentos incríveis para embalar seu final de semana. Por isso, preparei uma playlist com 5 novidades que...

Brasil

Em maio de 2025, a Mãe Monstra Lady Gaga simplesmente parou o Rio de Janeiro com um showzão GRATUITO que atraiu 2,1 milhões de pessoas. Desde aquele show histórico, os burburinhos de que Lady Gaga pode voltar ao Brasil não param de pipocar. E não estamos falando de qualquer fofoquinha, tá? Fontes dos bastidores da indústria do entretenimento (aquelas que a gente adora confiar, igual vendedor de cambio) garantem que Lady Gaga está planejando voltar à América Latina em 2026 com a continuação da “The Mayhem Ball Tour”. Estádios no radar e um possível comeback no México E não para por aí! Aparentemente Lady Gaga pode estar inclinada em repetir o que rolou na Austrália: transformar uma turnê de arenas em eventos de estádio, porque né, a demanda grita. No México, o clima é de contagem regressiva. Depois de dois shows lotados na Cidade do México em abril de...

Publicidade
10 livros para ler durante o verão de 2025 | Especial Intrínseca Rihanna usa a bolsa Kalimero Bucket em Nova York Renascer: Lilith revela a Morena que é filha de Jacutinga Aprenda a decorar abas dos navegadores com emojis Segunda parte da terceira temporada de Bridgerton